Sobre o livro:
Quem nunca ouviu falar de Frankenstein, não é mesmo? Mas se engana quem pensa que o famoso "monstro" é a verdadeira estrela da história. Na verdade, o criador, Victor Frankenstein, rouba o protagonismo ao tentar desafiar as leis da natureza — e olha que isso não acaba nada bem para ele!
Mary Shelley escreveu Frankenstein aos 18 anos, e o que começou como uma ideia durante um desafio literário entre amigos se transformou em uma das obras mais importantes da literatura gótica. A trama gira em torno de Victor, um cientista que decide criar vida a partir de cadáveres. O problema? Sua criação é tudo, menos o que ele esperava. A criatura, abandonada e sem orientação, se torna uma figura trágica, buscando aceitação e vingança contra seu criador.
Um dos pontos mais fascinantes do livro é como ele questiona o papel da ciência e até onde podemos ir em nome do progresso. É uma leitura que nos faz refletir: quando criamos algo, temos responsabilidade sobre o que acontece com essa criação? Victor parece ignorar esse detalhe, e a história vai mostrando as consequências devastadoras dessa falta de empatia.
Além disso, Frankenstein é uma metáfora poderosa sobre exclusão e preconceito. A criatura, apesar de ter sentimentos e ser bastante inteligente, é rejeitada pelo simples fato de ser diferente. Shelley toca na ferida do que significa ser humano, e nos faz perguntar: somos definidos pela nossa aparência ou por nossa capacidade de sentir e aprender?
Com um enredo envolvente e reflexões atemporais, Frankenstein vai muito além de uma história de terror. Ele fala sobre ciência, ética, responsabilidade, e, claro, humanidade.
Quem foi Mary Shelley?
Mary Shelley, nascida em 1797, é conhecida como a criadora do clássico Frankenstein, mas sua vida pessoal é tão interessante quanto suas obras. Filha da famosa escritora feminista Mary Wollstonecraft e do filósofo político William Godwin, Mary cresceu em um ambiente intelectual. Ela se casou com o poeta Percy Bysshe Shelley, e juntos formaram um dos casais mais icônicos da literatura inglesa. Frankenstein surgiu de um desafio entre amigos, em 1816, quando Mary tinha apenas 18 anos. Em uma noite chuvosa na Suíça, eles decidiram escrever histórias de terror, e a ideia do "monstro" nasceu.
Além de Frankenstein, Mary Shelley escreveu outras obras, como O Último Homem, mas foi com sua estreia literária que ela realmente marcou a história. Ela faleceu em 1851, mas seu legado continua vivo, especialmente nas discussões sobre ética, ciência e o poder da literatura.
Principais Trechos de Frankenstein
Alguns trechos da obra destacam os temas centrais da história, como a ambição desmedida de Victor Frankenstein e o sofrimento da criatura. Aqui estão os mais marcantes:
Sobre a ambição científica de Victor Frankenstein:
"A vida e a morte apareceram-me como limites ideais, que eu deveria transpor antes de deitar-me ao repouso final. Se pudesse apenas banir a morte e devolver a vida a seres inanimados, quanta gratidão eu poderia ganhar dos outros!"
Nesse momento, Victor revela seu desejo de vencer a morte, mostrando a sede de poder que o levaria à tragédia.
O lamento da criatura:
"Eu sou malvado porque sou miserável. Sou desprezado e abandonado pelos homens. Devo eu então sentir-lhes a benevolência? Não! De agora em diante, a guerra eterna será declarada entre nós."
A criatura expressa sua dor e revolta. Abandonada por todos, ela se transforma em uma figura trágica, cheia de raiva por causa do abandono.
Reflexão sobre a criação:
"Maldito seja o dia em que recebi a vida! Maldito o criador cruel que me deu forma, mas me negou felicidade e amor!"
Esse trecho reflete o tema central do livro: a responsabilidade do criador em relação à sua criação, um peso que Victor Frankenstein falha em carregar.
A dor do criador:
"Nada é mais doloroso para o coração humano do que, após a ilusão de uma esperança realizada, ver desabar de repente a realidade."
Aqui, Victor lamenta as terríveis consequências de suas escolhas, mostrando como sua ambição levou à sua própria ruína.
Esses trechos capturam a essência de Frankenstein: uma história sobre o preço da ambição desenfreada, a solidão da criatura, e as consequências de brincar de Deus. Mary Shelley nos faz pensar sobre o impacto das nossas escolhas, tanto no nível pessoal quanto no coletivo.
Então, se você busca uma leitura cheia de suspense e boas reflexões, Frankenstein é uma ótima pedida! Afinal, quem poderia imaginar que uma história sobre um "monstro" nos faria questionar tanto sobre nós mesmos?